Desde a despedida de Ronaldo Fenômeno que venho pensando: o que será de mim quando eu pendurar as minhas chuteiras? Sou um peladeiro nato, jogo bola de domingo a domingo. Na rua, no prédio, no quarto, em qualquer lugar. Me chama que eu vou. Eu e a maioria dos meus amigos, todos peladeiros, sem tempo ruim. Certamente a despedida de um peladeiro não tem a mesma comoção que a despedida de um jogador profissional. O peladeiro não ganha crônicas ou textos em homenagem. A única homenagem que um peladeiro recebe é quase que diária: ‘essa é por minha conta’, diz um companheiro de time no boteco depois do jogo. Baita homenagem. Digna, sincera. Muito melhor que uma placa de agradecimento, convenhamos. Já dizia o craque Sócrates: ‘o jogador de futebol é o único ser que morre duas vezes: a primeira, quando para de jogar, a segunda quando morre mesmo’. Mas o peladeiro, na verdade, não se despede, não morre nunca. A idade vai chegando, o tempo vai passando, a perna já não re...
Comentários
Postar um comentário
1. Digite seu comentário.
2. Na caixa Comentar como: selecione o perfil Nome/URL.
3. Escreva apenas seu nome.
*Comentários anônimos e ofensivos serão excluídos.